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Oficialmente Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas 🎓


Compartilho aqui alguns dos resultados que encontrei com a pesquisa. Acredito que essas contribuições podem ajudar outros pesquisadores, mas também legisladores, reguladores, designers e a sociedade civil a pensar sobre os impactos das tecnologias digitais na formatação da ideia de privacidade.


Minha tese de doutorado que explora a intersecção entre design, privacidade e uso ético de dados pessoais, focando na era contemporânea da dataficação e plataformização. Esses fenômenos estão transformando a maneira como interagimos com a tecnologia e como nossas informações pessoais são coletadas, armazenadas e utilizadas. A pesquisa destaca a naturalização do processo de coleta de dados. No entanto, é importante questionar essa suposição e explorar as implicações dessa confiança para a privacidade e a segurança dos dados dos usuários.


A interação do usuário com dispositivos inteligentes, como os smart speakers, permite a construção de perfis detalhados dos usuários, que são usados para direcionar anúncios e conteúdo. Isso não é apenas uma questão de conveniência para os usuários, mas também uma estratégia deliberada das empresas de tecnologia para obter informações valiosas sobre estes. No entanto, é importante destacar que, embora as empresas de tecnologia tenham adotado medidas para se adequar às legislações e/ou pressões da opinião pública, essas medidas se refletem pouco em ações concretas para efetivamente produzir privacidade. Existe um distanciamento entre o discurso adotado por essas empresas e as decisões de design que efetivamente são implementadas nos produtos.


A pesquisa revela que a Amazon tem a capacidade de determinar estados e características tanto emocionais quanto físicas dos usuários a partir das interações de voz. Isso sugere que a coleta e interpretação dos dados de voz servem não só para aprimorar os produtos e serviços da Amazon, mas para efetivamente inferir diferentes detalhes sobre a vida do consumidor e intervir a partir de recomendações.


Por fim, a tese argumenta que, embora as empresas de tecnologia possam afirmar que estão tomando medidas para proteger a privacidade dos usuários, as práticas reais podem não refletir essas afirmações. Isso levanta questões importantes sobre a eficácia das políticas de privacidade e das medidas de conformidade na proteção da privacidade dos usuários.


Principais aprendizados:

  1. A coleta de dados não é apenas um processo inevitável, mas uma estratégia deliberada que pode trazer repercussões negativas para os usuários.

  2. As medidas de conformidade devem ir além do discurso e se refletir em ações concretas para efetivamente produzir privacidade.

  3. A coleta e interpretação dos dados de voz podem servir para aprimorar os produtos e serviços, mas também devem responder a um framework ético e responsável.

  4. As políticas de privacidade devem ser claras e transparentes, facilitando a compreensão dos usuários sobre o que realmente acontece com seus dados.


Abaixo a íntegra da defesa disponível no Youtube:



Concedi uma entrevista ao portal Aratu On sobre ChatGPT, AI, criatividade e trabalho. Spoiler: o fomento do debate sobre AI é mais importante do que a AI em si.


"Na minha opinião, o mais importante é considerarmos o impacto geral causado pela popularização dessa tecnologia. Nunca antes se discutiu tanto sobre o papel da inteligência artificial, seus benefícios e malefícios, e como ela funciona na sociedade. Essa é uma discussão saudável e necessária, pois estamos convivendo com sistemas de AI que nunca antes haviam gerado tanto debate."

A entrevista completa está disponível aqui.



Colaborei com o A Tarde em uma matéria sobre os usos, potencialidades e riscos do ChatGPT. A matéria ficou bem completa e, inclusive, ajuda a robustecer o debate sobre o tema. O uso de ferramentas AI por profissionais do setor criativo será o foco da minha pesquisa nos próximos meses.


Daniel alerta, contudo, que o chat é uma ferramenta de co-criação, ou seja, uma maneira de auxiliar no processo criativo. Em outras palavras, a ferramenta não faz o trabalho sozinha. “Muita gente (inclusive os estudantes) acabam achando que é possível delegar 100% do trabalho, mas o ponto não é esse. O ponto é como essa ferramenta consegue destravar etapas do processo que eram mais difíceis antes. O ChatGPT não vai escrever o artigo/projeto/texto que o estudante precisa, porque ele não sabe fazer isso bem. Mas o GPT pode ajudar o estudante a gerar ideias para o texto, a reescrever passagens mudando o estilo, a explorar novas possibilidades etc”.


A entrevista completa está disponível aqui.



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